segredo
Chego a casa ao domingo
está quase tudo desarrumado
Vegeto em dois compartimentos
Onde como e onde durmo
Cama por fazer, pratos de comida e sem comida
O que vale é a mesa ser grande
E nela cabem ainda carteiras, chaves, livros, canetas, moedas e comprimidos
Está visto que não sei cozinhar e prefiro parti-la do que a lavar, à dita louça
Não saber é uma desculpa elitista para nunca aprender o que dá trabalho
E não ter jeito é um adorável defeito
Eu sei queridas mulheres, mas eu não sou perfeito e não me esqueço
Todos os dias me penitencio
E vou contar-vos um segredo
Quando me sinto mais perto de alguém que me entenda
Pergunto-lhe sempre se gosta de lavar e cozinhar
E se ela me fala da empregada
Até depois muito obrigada