Wednesday, September 27, 2006

joaosevivas

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Frase do dia: Silêncios e algum azul para te cantar

Poema do dia:

Apanho as estrelas nos bolsos
Amarrotadas e sem brilho
Deito-as fora e choro
As que longe suspiram
Lavo-me nas cinzas
Seguro a luz
E um pouco me chama
Nessa forte chama
Em que ardi

Tuesday, September 26, 2006

joaosevivas

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Frase do dia: Para que queremos pontes se a água afogou os nossos olhos?

Poema do dia:

Caía a noite em forma de adeus
A cerveja azedava nos dedos
Descalços de mãos
O fumo vindo da boca queimava
As palavras mordiam o ar
Esgotavam acenos em mudos sinais
De saliva, de pés e de dentes
O corpo sagrado à espera
Olhos em chamas de frio
Adormeciam no silêncio

Tuesday, September 19, 2006

joaosevivas

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Frase do dia: A pena faz parte das asas

Poema do dia:

Com margens vou secando ao vento
Sem margens seco-me na terra
Ainda só vou em alta serra
A foz espera o meu alento

Agitado e sem descanso
Destruí, criei e vivi
Amei, chorei e senti
Sou a pedra e a mão que lanço

Cravo na palha fogo que gero
E vejo-me a arder de mim
Penso na luz em dor me quero

Se inteiro me pertencer
Um dia, pó, cinzas ou flor
Valeu, mesmo assim, viver

joaosevivas

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Frase do dia: A pena faz parte das asas

Poema do dia:

Com margens vou secando ao vento
Sem margens seco-me na terra
Ainda só vou em alta serra
A foz espera o meu alento

Agitado e sem descanso
Destruí, criei e vivi
Amei, chorei e senti
Sou a pedra e a mão que lanço

Cravo na palha fogo que gero
E vejo-me a arder de mim
Penso na luz em dor me quero

Se inteiro me pertencer
Um dia, pó, cinzas ou flor
Valeu, mesmo assim, viver

joaosevivas

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Frase do dia: A pena faz parte das asas

Poema do dia:

Com margens vou secando ao vento
Sem margens seco-me na terra
Ainda só vou em alta serra
A foz espera o meu alento

Agitado e sem descanso
Destruí, criei e vivi
Amei, chorei e senti
Sou a pedra e a mão que lanço

Cravo na palha fogo que gero
E vejo-me a arder de mim
Penso na luz em dor me quero

Se inteiro me pertencer
Um dia, pó, cinzas ou flor
Valeu, mesmo assim, viver

Monday, September 18, 2006

joaosevivas

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Frase do dia: Estou sempre no mesmo sítio que tu conheces bem
Poema do dia:


Repousa minha musa
Faz de mim o teu momento
Cria em mim todo o tempo
A tua paz me seduza

A alma já se perdeu
A sentir o teu encanto
A pedir o teu manto
Para mim que não sou eu

Os olhos andam no mar
Os ouvidos na serra
Os passos a procurar

Por toda a imensa terra
Eu quero acordar
Para te encontrar

Saturday, September 16, 2006

joaosevivas

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Frase do dia: Parabéns por fazeres anos eu desfiz-me em séculos

Poema do dia:

Os grilos cantam o poema
A música era o som, era o canto
A palavra era o tema
E a noite seu manto
Que dizia
Percorria-me o arrepio
Do teu espírito
Do teu coração
E escrevia o calor
Era sempre assim
Ardia em frio para nascer em flor
E a poesia era o nosso jardim

Wednesday, September 13, 2006

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Frase do dia: um pouco de descanso ainda que pouco, me leve ao absoluto nada

Poema do dia:

Tenho saudades do poema
Sentido e distante
Quando cai a noite ao som da chuva
A trovoada varre o céu
E fende-o de luz
E continua a escurecer
O som atormenta menos que a lembrança
Que me leva em paz
Para o que nunca escrevi

Saturday, September 09, 2006

joaosevivas

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Frase do dia: O vento anda à tua procura

Poema do dia:

A vida anda à solta
E nós presos à carapaça
Do contingente
Passam de comboio as sombras
Sem sonho e sem corpo
E a gente
Espeta a faca na saudade
E apenas as coisas se esmagam nos poros
Atropeladas pelos carris do tempo

Thursday, September 07, 2006

joaosevivas

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Frase do dia: Há uma frase sem tempo a perseguir-me a cada hora

Poema do dia:

Antes que cubram o caixão de terra
Vou sair
Antes que o fechem à chave
Vou sair
Antes do sono e da eternidade
Vou sair
De olhos abertos e de sede
Vou sair
Antes pescador que pescado
Antes sonhador que sonhado
Antes ser fim que finito
Tenho fome de beijar e abraçar
E dar um grito:
- Porra, estou farto de mim!

Tuesday, September 05, 2006

joaosevivas

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Frase do dia: Olá, tu que só me conheces por fora eu te escuto

Poema do dia:


Somos o som e a medida
De tanta coisa que nem se escuta
Temos a mente adormecida
E os sentidos sempre em luta

Não se ouve nem a alma nem o vento
Nem o céu nem a terra a falar
Nem das palavras o seu crescimento
Nem à serra a água a cantar

Só nos ouvimos bem a nós
Esta mágoa presa ao umbigo
E cada vez estamos mais sós

O tudo que nos rodeia à vida
Que cresce em beleza contigo
Se em tudo a vires repartida