espera
Achas que vou sobreviver a esta espera?
Nunca soube esperar
O que tem de ser tem muita força, eu sei
Não cumpro horários, atropelo-os
Numa roseira eu sou a boca a chupar o sangue de um qualquer espinho
Ou uma pétala a cair, o cheiro de um frasco partido, um bocado de chão ou de estrume
Peço a conta e já tenho fome antes de saborear
A minha poesia sou eu fora de tempo
Gostava de semear palavras elas não têm estações
Sinto-me uma pequena sílaba em cima de ume pedra a tentar agarrar algum sentido
Quem me dera ser antes um qualquer monte
Aonde pudesses nascer
A vida é plural e como o amor
Nunca vive só