Tuesday, December 11, 2007

em Lisboa

Em Lisboa o céu
Queria ser terra
Ouve-a em sobressalto
Mistura em fumos, vozes e gritos
Paira sombria e escuta
De outros sons
Do fundo dos tempos
E dos mares
Sobem às veias
Gaivotas fadistas
Os lisboetas sentem e cantam
Só eles compreendem Ulisses
São mais partida que chegada
E nem os muros da desgraça
Ou os medos desconhecidos
Os tolhe ou cativa
São filhos da viagem
E da vitória

em Liesboa

em Liesboa

ao lume

a panela ao lume
Salta nas artérias do sossego
Acrescenta-se o que se tira
O inverno é deste tempo
Agasalhos são a ternura
Solidificada em púcaros de solidão cozinhada
Aguardamos o pão e o silêncio outra vez
Aqueles olhos, aquelas mãos
Esse verão que nunca mais vem
Esperamos e nada fazemos pelo sol
O frio só vem de nós