Monday, July 09, 2007

espera

Achas que vou sobreviver a esta espera?
Nunca soube esperar
O que tem de ser tem muita força, eu sei
Não cumpro horários, atropelo-os
Numa roseira eu sou a boca a chupar o sangue de um qualquer espinho
Ou uma pétala a cair, o cheiro de um frasco partido, um bocado de chão ou de estrume
Peço a conta e já tenho fome antes de saborear
A minha poesia sou eu fora de tempo
Gostava de semear palavras elas não têm estações
Sinto-me uma pequena sílaba em cima de ume pedra a tentar agarrar algum sentido
Quem me dera ser antes um qualquer monte
Aonde pudesses nascer
A vida é plural e como o amor
Nunca vive só

6 Comments:

Blogger Cleopatra said...

O Amor nunca vive só?
Vejamos:
Com quem vive então o Amor?

3:01 PM

 
Blogger João said...

no coração da pessoa amada

3:39 AM

 
Blogger Cleopatra said...

Com quem
Não onde.

5:24 AM

 
Blogger João said...

Vive com a razão da sua existência com a pessoa amada

8:57 AM

 
Blogger Paula Raposo said...

Gostei...

3:20 PM

 
Blogger maria fria said...

a espera, a força, o sangue, o cheiro, o chão, o estrume, a semente, o sabor, a conta, o monte, o amor, meu caro, tudo isso é vida, vida de viver. desse belíssimo poema de quatro sentidos, você está esquecendo o da visão, já olhou à sua volta? já reparou que a natureza é o único livro com conteúdo valiosíssimo e completo em todas as suas folhas?
Então você não está só, mesmo que o deseje.
Viva e ame como diz ... sempre no plural.
Tenho estado atenta ao seu blog, mas hoje me puxou a escrever estas palavras.
parabéns, adoro.
um abraço
maria fria

10:11 AM

 

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