Tuesday, July 29, 2008

doçura

Não manches a terra
Com lágrimas apenas dos olhos
O berço da vida
Aonde crescem os frutos
Quer água viva
Que doa sem doer
Deita-te de bruços
Dá-lhe a tua boca
Embora seca vais beber
Dobra-te e cava na arte
Antiga dos servos senhores
Em cada gole vais aprender
A doçura da palavra entre
O pó da enxada
E o verde das flores

Friday, July 18, 2008

avental

O avental vestia os dias
Não que fosse obrigado para além
Do normal, era uma maneira de estar
Mais perto
A lide era o pretexto
Ao compasso do xadrez das horas
Do labirinto da casa
As roliças colunas iguais em suor e passos
Suportavam o céu
Feito de carne