Tuesday, February 05, 2008

os Outros

Cortei o queijo abri o pão e comi
Duas vezes o mesmo gesto
Sentei o desejo e bebi
Duas vezes o mesmo gesto
Repetir é dançar sem música
Carregar em silêncio as batidas
Do costume
O coração repete, talvez o som
No igual vive o diferente
A saltar para além
Sento-me
Aqui é o horizonte dos meus olhos
Tocá-lo
É abraçar o que me empurra
Sempre para além
E quando vou, cego as alturas
Com os meus pequenos medos
Frágil é a leveza da carne
Que foge para a terra
Doce a queda que se parte
Antes da partida
Tudo retorna
Os ecos são a melodia e tudo avança
As pedras são areia e o vento
Acorda para adormecer
Em cada mão o universo se abre
E se fecha e tudo se despe pela chegada
E tudo se veste pela despedida
Não é preciso mais
Basta guardar apenas o que não se quer
E seguir esta viagem com este vazio
De nada ter
E ir
Ir sempre para além
Dar a mão e sentir
Que estamos cheios da paz que vem dos outros

2 Comments:

Blogger Maria P. said...

Os Outros, por vezes um porto de abrigo...

Abraço*

2:49 PM

 
Blogger david santos said...

Olá, João.

Tem um bom dia de São Valentim.

Eu já não posso namorar, sou velho.
Por isso, porque não sou egoísta, desejo aos outros.

Parabéns

8:39 AM

 

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