os Outros
Cortei o queijo abri o pão e comi
Duas vezes o mesmo gesto
Sentei o desejo e bebi
Duas vezes o mesmo gesto
Repetir é dançar sem música
Carregar em silêncio as batidas
Do costume
O coração repete, talvez o som
No igual vive o diferente
A saltar para além
Sento-me
Aqui é o horizonte dos meus olhos
Tocá-lo
É abraçar o que me empurra
Sempre para além
E quando vou, cego as alturas
Com os meus pequenos medos
Frágil é a leveza da carne
Que foge para a terra
Doce a queda que se parte
Antes da partida
Tudo retorna
Os ecos são a melodia e tudo avança
As pedras são areia e o vento
Acorda para adormecer
Em cada mão o universo se abre
E se fecha e tudo se despe pela chegada
E tudo se veste pela despedida
Não é preciso mais
Basta guardar apenas o que não se quer
E seguir esta viagem com este vazio
De nada ter
E ir
Ir sempre para além
Dar a mão e sentir
Que estamos cheios da paz que vem dos outros
2 Comments:
Os Outros, por vezes um porto de abrigo...
Abraço*
2:49 PM
Olá, João.
Tem um bom dia de São Valentim.
Eu já não posso namorar, sou velho.
Por isso, porque não sou egoísta, desejo aos outros.
Parabéns
8:39 AM
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